quinta-feira, 10 de junho de 2010

Um novo desvelações

"Se a força esta na palavra dita, a permanencia dela se dá pela escrita.
Sem filosofar muito, quero escrever sobre a mulher, os relacionamentos e as pieguices e temerições que temos nessa era que tem muitos beneficios, mas é totalmente paradoxa: une as distâncias e afasta muitas relações humanas.
Desvelações é um nome saido da cabeça de uma aspirante a jornalista que acredita que tudo já foi revelado, mas muito pouco está assimilado. Verdades já foram ditas, mas são ignoradas." junho de 2008.

O trecho acima foi retirado do meu primeiro blog, quando criei a alcunha Desvelações, na época por imaturidade e falta de tempo não dei seguimento ao Blog e acabei por perder os direitos sobre o mesmo... que ainda está no ar: http://develacoes.wordpress.com/
Com um pequeno upgrade o desvelações femininas, não será mais tão genérico e pretende trasmitir uma visão "feminina" dos fatos cotidianos e ainda me auxiliar no exercício da escrita diária.

Aproveitando o texto publicado no meu primeiro post e a semana dos dias dos namorados, publico novamente o texto de Sant'Anna, divulgado por ZH em 22/05/2001:

O amor e a paixão



O amor não sobrevive sem a paixão. E a paixão, sem o amor, está condenada a se saciar ou se exaurir pelo cansaço.


Dois pressupostos do amor: a afetividade (amizade) e a cordialidade (bom humor).


Dois pressupostos da paixão: a libido em plantão permanente (tesão) e o embevecimento físico (fetiche).


Quando concorrem na mente e no coração de uma só pessoa o amor e a paixão por uma outra pessoa, se forem bem-sucedidos (correspondidos), estamos diante da felicidade mais completa.


A paixão sozinha, sem o amor, é a felicidade ameaçada de extinção. O amor, sozinho, sem a paixão, é a felicidade ameaçada pela infelicidade anunciada, aviso prévio no bolso.


O amor só se enfastia pela prolongada ausência da paixão. Já a paixão só se enfastia pelo exercício prolongado da própria paixão.


Não existe paixão extensa ou duradoura, a não ser por clube de futebol. Nem existe amor efêmero, de curta passagem.


O amor deixa cicatrizes, a paixão deixa tatuagens. Quem recorda de um amor pretérito, sente remorso. Quem recorda de uma antiga paixão, sente orgulho: essa é a diferença básica entre os dois sentimentos.


O amor implica preferencialmente ternura. A paixão implica preferencialmente carnalidade.


As relações de amor são temperadas pela espiritualidade e regidas pela paz. As relações de paixão são sempre tempestuosas e marcadas pela concupiscência.


No amor, os amantes querem sempre estar juntos, não importa fazendo o quê. Na paixão, os parceiros só querem estar juntos para exercitar sensualidade.


Por essa profundidade do amor, é bastante mais séria a afirmação “eu te amo” do que a de que “estou apaixonado por ti”. Quem diz “estou apaixonado” não é levado tanto a sério: pela efemeridade da paixão.


Quem diz “estou amando” é encarado respeitosamente. Exatamente porque a paixão é um evento, enquanto o amor é um acontecimento.


Por essa diferença é que é possível a qualquer pessoa apaixonar-se diversas vezes. Enquanto que é quase certo que quem ama ama só uma vez em toda a vida.


“Pode alguém amar duas pessoas ao mesmo tempo?” é uma pergunta que se ouve muito entre o povo.


Se não se pode amar duas pessoas durante toda a vida, em tempos diferentes, como poderia ao mesmo tempo?


Pelo mesmo raciocínio, se é possível apaixonar-se por várias pessoas em espaços de tempo diferentes, é claro que se pode estar apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo.


E, também pelo mesmo raciocínio e pelo inteiro raciocínio desta coluna, pode-se estar amando uma pessoa e estar-se apaixonado por outra, ao mesmo tempo.


Por isso é que lá no início da coluna foi sentenciado que a felicidade mais completa é a de quem ama e nutre paixão pela mesma pessoa, num só tempo.

Um comentário:

  1. Carla, legal esta tua ideia de voltar a escrever...Saiba que fico feliz com isso...Parabens...

    Felipe Linck

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